O que é Alumbrare?

É o nome deste blog que hoje é a semente do meu projeto de vida que cresce pouco a pouco. É o começo duma viagem que não sei para onde me levará, mas vos convido a me acompanhar, veremos que o caminho será feito a cada passo ...

A palavra alumbrare definirá o propósito de tudo isso e eu escolhi-a por três razões que explicarei abaixo:

• Al- é um prefixo que aparece nas palavras em espanhol (e português) e vem do artigo árabe al. Sua etimologia refere-se à raiz semítica "El" presente em nomes relacionados à divindade. Assim, temos palavras como Alá e Elohim que nos levam a conectar com os mistérios divinos, sem entrar em temas de uma ou outra religião.

• Umbra é a palavra latina para “sombra”, que nos remete ao interior, para mergulhar no útero cósmico de cujo vazio escuro emerge a vida.

• Alumbrar é um verbo que vem do latim illuminare e significa, de acordo com o dicionário da Real Academia Espanhola:

dar luz e clareza a algo ou alguém, acompanhar alguém com luz, iluminar ou inspirar algo, parir ou dar à luz uma criança, dissipar a escuridão e o erro e transformá-los em conhecimento e sucesso, etc.

(* Falo desde o espanhol que é a minha lingua materna, mas é igual para o português)

Iluminação é a palavra usada nas tradições espirituais para indicar que o iniciado alcançou o ponto máximo do seu desenvolvimento espiritual. Alumbrar é então um passo para avançar nesse caminho que todos nós estamos destinados a percorrer. Pela minha interpretação, nessa palavra, podemos encontrar a soma da dualidade: al como a parte clara da divindade, e umbra, como parte escura da divindade, o interior, o que não podemos entender com os sentidos superficiais.

Al pode ser associado ao princípio masculino que é luminoso, yang, solar, e Umbra ao princípio feminino que é escuro, yin, lunar. A lua como um corpo celeste que governa as águas precisa da luz solar para se projetar na Terra.

A unificação de ambas as polaridades nos permite entender a necessidade de dissolver a dualidade para percorrer a viagem interna que nos leva de volta à origem. Ambas as energias vivem dentro e fora de todos os seres vivos deste planeta, e os seres humanos precisam curar internamente o feminino e o masculino para unificá-los no que os alquimistas chamavam de matrimônio sagrado. Esse é o caminho que cada cultura - com seu respectivo culto à divindade - propõe percorrer ao longo da vida.

Durante minha jornada como espírito encarnado no corpo duma mulher, tenho percorrido muitos caminhos. Nascida e criada numa família e cultura católicas, aprendi desde tenra idade muitos códigos judaico-cristãos que questionei porque não me encaixavam nas informações que eu certamente trouxe nos registros akásicos. Pouco a pouco, comecei a descobrir como esses temas estavam ligados com outros caminhos que percorria: medicina chinesa, yoga, budismo e, atualmente, o chamado que tenho é do círculo feminino das sacerdotisas que são guardiãs da chama de Maria Madalena.

Sou uma mulher muito complexa, cheia de símbolos e com capacidade de conectar tudo o que a vida está me mostrando, e aqui estou humildemente prestando meu serviço para alumbrar através da palavra a quem precisar...

Agradeço a Shekhinah, a presença sagrada do Divino Feminino que sempre me acompanha e me ilumina. É a luz dela que eu carrego e compartilho, não sou um guru ou iluminada, não estaria mais neste plano! Eu sou um canal (todos nós somos) que transmite informações; eu sou como a lua que reflete os raios do sol ...

E aqui está o último detalhe do significado do nome da minha pequena semente: alumbrare é a conjugação do verbo alumbrar na primeira pessoa singular do tempo futuro simples no modo subjuntivo em espanhol, mas atualmente com muito pouco uso. (Em português é mais usado e também está ligado à incerteza).

Eu quis tomar essa conjugação porque o subjuntivo nos aproxima da incerteza e da esperança de que algo aconteça, o que, para mim, significa que no caminho espiritual não há certezas, mas a esperança de alcançar a luz para se fundir a ela. É um caminho no qual devemos seguir com humildade e fé, porque somos pequenos em comparação com a grandeza de todo o universo e não sabemos muito bem para onde estamos indo e é para isso que serve a fé: acreditar no que não podemos ver. Mas cuidado! Que não se trata de acreditar cegamente em alguma coisa, mas de despertar essa capacidade de se sentir apoiado por algo maior no meio do vazio escuro. Mais do que acreditar, é confiar e ver com o olho interior para compreender que o que está dentro está fora e, como acima, é abaixo.

Invoco então a luz da Presença Feminina Divina para transmiti-la através da palavra e, assim, alumbrar o caminho incerto que estamos percorrendo nesta nova Era de Aquário, confiando que é hora de unificar luz e escuridão, masculino e feminino, e ser UM com o divino.